Par Ivan Bergier Tavares de Lima, Biologo, Doutorando em Ciencias, Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Cena, Universidade de Sao Paulo,
A temida explosão
populacional já não se encontra no papel principal do palco das
discussões ambientais
no planeta e no Brasil. A tendência do aumento da população mundial é
de
estabilização, ainda na primeira metade deste século. O desrespeito às
políticas
públicas de desenvolvimento e a falta de qualidade de vida da maioria
das pessoas são
muito mais preocupantes hoje do que o ritmo de crescimento da
população mundial.
Particularmente quando se estima que dois terços da população no mundo
e 90% no Brasil
deverão estar vivendo nas cidades em 2025. O fenômeno da globalização
tem limitado a
implementacão de políticas públicas de desenvolvimento em países
emergentes, uma vez
que privilegia a iniciativa privada e diminui o poder de atuação do
Estado no processo
de planejamento da sociedade. Na realidade, o modelo vigente de
desenvolvimento, calcado no neo- liberalismo, pratica sistematicamente a pilhagem dos recursos
naturais, explora a força de trabalho de modo miserável e confia sobremaneira na
capacidade de
auto-regulação das forças do mercado. A reversão desse processo
necessita antes de
tudo da formação de uma mentalidade que definitivamente posicione o
ser humano como
parte integrante e dependente dos recursos e da estabilidade climática
do planeta. Isto
pode ser antingido por meio da adoção de políticas de desenvolvimento
sustentável,
atendendo às carências dos seres humanos hoje, sem entretanto,
sacrifiar o capital
natural da Terra, e considerando também as necessidades das gerações
futuras que têm
direito à sua satisfação e de herdarem um planeta habitável com
relações minimamente
justas. Tendo em vista a interdependência de fatores e a finitude dos
recursos
não-renováveis, os empresários deste século não devem mais vislumbrar
a sociedade
como base de mercado ou de mão-de-obra barata, mas sim baseada em
seres humanos e valores
éticos, intrinsecamente relacionados à capacidade de regulação ou
resiliência
climática da Terra. A busca e a implantação de alternativas
energéticas renováveis e
o tratamento de água e lixo deverão ser os grandes desafios nos
próximos anos. A
manutenção e a permanência equilibrada do gênero humano sobre a
superfície do planeta
implica na mudança de um objetivo de quantidade a qualquer preço para
outro que priorize
a qualidade de vida.
|
De quantité à qualité (traduction É. Duchemin)
L'explosion démographique mondiale se retrouve dans la majorité des discussions environnementales internationales et brésiliennes. La tendance à l'augmentation de la population mondiale et sa stabilisation sont des problématiques depuis le début de ce siècle. Aujourd'hui, l'incapacité d'appliquer des politiques publiques de développement et la perte du niveau de vie pour la majorité de la population mondiale sont des problématiques plus préoccupantes que le rythme de la croissance démographique mondiale. Particulièrement lorsqu' on estime que les deux tiers de la population mondiale, et 90% des brésiliens, vivront dans les agglomérations urbaines d'ici 2025. Le phénomène de mondialisation limite l'implantation des politiques publiques de développement dans les pays émergents. Ce phénomène, préviligiant les initiatives privées, diminut le pouvoir des États dans la planification sociale. En réalité, le modèle de développement utilisé, provenant du néo-libéralisme, pratique le pillage des ressources naturelles, exploite la force de travail des populations pauvres et confit le développement à la capacité d'auto-régulation du marché économique. Le renversement de ce modèle de développement nécessitera avant tout la formation d'une mentalité positionnant l'être humain comme partie intégrante et dépendante des ressources et de la stabilité climatique de la planète. Ceci peut être atteint par l'adoption de politiques favorisant le développement soutenable, répondant aux problèmes humains actuels, sans sacrifier le capital naturel de la terre et en considérant simultanément la nécessité des générations futures. La nécessité de ces générations provient de nos valeurs, de la satisfaction de nos besoins et de l'héritage d'une planète habitable. Ayant en vue l'interdépendance des facteurs et la finitude des ressources non-renouvelables, les entrepreneurs de ce siècle ne doivent plus apercevoir la société comme un marché, ou une masse ouvrière, mais avec une vision humaine et avec des valeurs éthiques, reliées inéluctablement à la capacité de régulation climatique de la Terre. Trouver et implanter des alternatives énergétiques à partir de ressources renouvelables, et traiter l'eau et les déchets, devront être les grands défis des années à venir. L'entretien et le maintien de l'équilibre du genre humain sur la planète va impliquer la transformation de l'objectif sociale - quantité - vers une forme de qualité.
|